Há cinema para miúdos para lá da Disney e da Pixar

                                    
Nada contra os gigantes da animação mundial, mas há mais cinema sub-16 para ver do que as 15 ou 20 propostas que chegam às salas de cinema, defende Nuno Sena, diretor e programador do IndieLisboa. E é dessas películas que se faz a secção para os mais novos do festival de cinema independente de Lisboa. "Queremos abrir a cabeça dos mais novos para outras propostas. Documentários e ficção com outros ritmos, outras personagens e ouros temas ligados à vida das crianças." O IndieJúnior começa na sexta-feira no Cinema São Jorge.



À nona edição (começou no segundo ano do Indie) já se pode falar numa geração Indie. Joana Cachapa, hoje com 20 anos, tinha 13 quando foi com o pai ao IndieJúnior pela primeira vez. "Começa--se logo a perceber a diferença entre os vários cinemas, entre os vários países", diz.

Joana dá razão a Nuno Sena quando ele descreve o IndieJúnior como uma "incubadora de futuros espectadores do Indie". É lugar-comum, mas certo que é um público "que não está ganho à a partida". A surpresa é "que não estão formatados no gosto", diz Nuno Sena, e adere com mais facilidade do que se podia imaginar. "São muito recetivos à mudança linguística, à musicalidade."

E mais do que lembrar este ou aquele filme, Joana diz que "é o ambiente, a apresentação que é feita, é toda a ida que é mais interessante do que ir ao cinema" que fica na memória. "E depois a minha opinião contava", lembra a estudante de Biologia.

Todos os anos, e este também, os espectadores fazem a sua própria votação para encontrar o filme mais popular. "É um debate exigente e muito participado. Espicaçamos o público para entrar nessa competição."

Fonte:CD