Como Treinar Seu Dragão 2
Nota 9.0
Continuação do sucesso da Dreamworks supera o original e escala o patamar das melhores animações recentes
Critica por Pablo R. Bazarello
Em 2010, quando o primeiro Como Treinar Seu Dragão foi lançado, o estúdio Dreamworks Animations era o principal rival da Disney no terreno de animações, com obras como a franquia Shrek, Madagascar e Kung Fu Panda. Quatro anos depois e o estúdio continua como um adversário digno criando filmes como o sucesso Os Croods. Como Treinar Seu Dragão é a quarta franquia do estúdio a emplacar. E continua mantendo o nível de qualidade e o teor maduro, para ser considerada a série mais adulta do braço de animação da Dreamworks.
Se no primeiro tínhamos a história do monstro incompreendido e a amizade que nasce entre seres de raças diferentes (que já gerou clássicos imortais da sétima arte, sendo o mais evidente E.T. – O Extraterrestre), o segundo evolui como um “animal” maior, melhor e mais explorado. Um dos elementos que mais chamam a atenção no filme é o relacionamento entre seus personagens humanos.
Alguns anos se passaram e dragões e homens, inimigos jurados há anos, encontram-se em convivência pacífica. Os caçadores de dragões deram lugar aos domadores de dragões. Cada um dos guerreiros vikings que constituem o elenco de apoio se tornou um cavaleiro montado nas bestas cuspidoras de fogo. O protagonista Soluço (Hicup no original, voz de Jay Baruchel) está mais velho e a animação que cria o personagem faz uso de traços que o identifiquem de tal forma.
Os gráficos são impecáveis. O filme cria diversos momentos belíssimos que se tornam um novo patamar alcançado no terreno da animação, é simplesmente fantástico. Ainda mantendo a amizade com o dragão raro Banguela (Toothless no original), Soluço é um mestre em sua arte, aventureiro e extremamente audacioso. Sua nova encarnação serve de grande evolução ao personagem apresentado no filme original.
Soluço é um guerreiro destemido que, devido ao equipamento em seu traje, alça voo ao explorar novos territórios. É justamente por causa deste espírito desbravador que o protagonista entra em contato com os dois elementos que servem de mote e reviravolta no desenvolvimento da segunda aventura. O primeiro é a comunidade de caçadores de dragões, comandados pelo capataz Eret, voz de Kit Harrington (o Jon Snow da série Game Of Thrones) – que rende inclusive um gracejo em relação ao seu personagem da famosa série.
Eret, no entanto, apenas trabalha para o grane vilão da sequência, o conquistador impiedoso Drago, voz de Djimon Hounsou. Drago é um antigo rival de Stoick, voz de Gerard Butler, pai do protagonista Soluço. O segundo grande elemento na trama da continuação é a presença da enigmática Valka, voz da Oscarizada Cate Blanchett, nova personagem de grande importância na história.
Ela é uma exímia guerreira, independente, que tem como missão recuperar e criar dragões feridos, deficientes ou à beira da morte. Valka é uma espécie de ativista dos direitos dos dragões, uma Dian Fossey animada. Seu passado está intimamente ligado ao do protagonista. Juntos eles irão enfrentar a tirania de Drago, um encantador das criaturas que pretende usá-las em sua guerra particular. Além de personagens, situações e relacionamentos bem definidos, a nova animação entrega momentos que podem ser considerados intensos demais para crianças menores.
Existem cenas de crueldade com as criaturas e a morte de personagens essenciais para a série. Como Treinar Seu Dragão 2 trata a morte com a maturidade de um filme adulto. Existe sofrimento e ele importa. Existem consequências nos atos, coisa que aproxima muito a obra de um produto mais recomendado para o público adolescente e jovem. Esse é o peso dramático que consegue fincar a animação no mundo real.
Mas não é algo totalmente dissonante do que a geração que cresceu na década de 1980, por exemplo, presenciou na infância em produtos mirados para eles naquela época. É importante filmes assim existirem, que abordem determinados assuntos para o público mais novo e como lidar com eles. Constrói caráter. Os filmes são baseados na série literária de Cressida Cowell, e o diretor Dean DeBlois e o produtor Jeffrey Katzenberg (dono da Dreamworks) já demonstraram o desejo de novas sequências, então espere continuações.
Critica por Pablo R. Bazarello (Cine Pop)
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