A Disney dos produtores
Como quem vasculha flamantes carros novos em feirão de automóveis, jovens produtores namoram tratores gigantes de rodas duplas com a altura de jogador de basquete, cabines com piloto automático, ar-condicionado e painel com bluetooth e DVD. Sobem na cabina, questionam o mecanismo com o interesse de um nerd e deixam à mostra um entusiasmo de quem um dia terá um desses na propriedade.
O parque de máquinas da Expointer é uma Disney dos sonhos dos pequenos produtores.
Acostumados com tratores mais modestos na lavoura de 500 hectares em Sarandi, Leandro Signor, David Potric e Sidnei Dalclin comentavam maravilhados observando os intestinos de uma colheitadeira do tamanho de um prédio, capaz de varrer 18 metros de campo cortando grãos em uma passagem:
— Esse monstro não tem correia, é só com óleo! — concluiu um deles.
— É mesmo. Deve ter graneleiro de 150 sacas — reforça o outro.
Funcionário da Granja Rincão do Leão, Frank Zanon tocou-se de Júlio de Castilhos especialmente para conferir um trator recém-lançado pela Stara cuja compra o patrão deixou amarrada no início da semana em Esteio. Mas faltava o olho de Zanon, da aprovação de quem lida dia a dia nos 900 hectares de soja, além de milho, trigo, canola e aveia. Nada pode dar errado com os R$ 160 mil que a granja vai gastar à vista pelo trator.
— Vai ser o nosso segundo — disse Zanon diante do vendedor, que lhe oferece todas as honras da casa para não perder a venda.
De quebra, ele também estava fechando a compra de um distribuidor de fertilizantes. Que hoje são quase inofensivos comparados com os químicos de outros tempos:
— Na minha época de agricultor, usava-se o agrotóxico para matar a lagarta da soja e aniquilava as abelhas. Hoje, as abelhas estão a salvo — comentou o diretor-financeiro da Stara, Márcio Fülber.
Seriam outros R$ 70 mil de gastos, mas Zanon está disposto a aproveitar os descontos do momento. É nas feiras que os fabricantes oferecem linhas de equipamentos que produzem alimentos. Começa com o imprescindível trator e, a partir dele, são acoplados subsoladores, que servem para revolver o solo da batata, da cebola, do alho, das hortaliças e dos grãos. Depois, distribuidores de fertilizantes espargem nitrogênio para corrigir o solo que vai acolher milho, aveia e trigo. Em seguida, plantadeiras e semeadeiras espalham sementes do cultivo de milho, soja, feijão e trigo.
No inverno, a semeadura de trigo, cevada e aveia tem o seu tempo, de abril a final de julho. No verão, o produtor semeia soja, milho e feijão entre 15 de agosto e 15 de dezembro. O último processo é o da colheita. Suas máquinas chamam atenção pela imponência com enormes dentes que colhem o alimento processado na indústria e remetido ao atacado e distribuidoras antes de chegar às gôndolas dos supermercados dos bairros das cidades.
Como tal, uma feira não passa de um supermercado de máquinas.
Fonte: zerohora
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente com mais facilidade agora que tiramos o verificador e tbm tem o comentários pelo Face!!!
Regras:
-Não usar palavrões
-Não falar mau do blog,das series e nem dos artistas.
-Fazer publicidade de seu blog